Exposição  #02 Laboratório - Instituto Butantan

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 O projeto Artista Galeria seguiu seu fluxo e deu origem à projeção dedicada a homenagear profissionais, diretos e indiretos da linha de frente da Covid-19, traçando uma linha tênue entre ciência e arte ao apresentar o benefício social que ambas as áreas levam às pessoas por meio de suas experimentações, além de ter a tecnologia potencializada no projeto. 

 Assim como a primeira exposição parte da pintura a partir de uma pesquisa desenvolvida há anos pelo artista com tinta acrílica sobre revista, neste segundo trabalho acontece a pintura a partir do processo de transformação do sólido (gelo) para o líquido que tinge o papel, de cubos de gelo de aquarela de diferentes cores, acontecendo as livres misturas de cores sobre o papel de aquarela, processo que foi documentado em vídeo e fotografia em 2019.

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 Com o início da pandemia a observação deste trabalho levou à analogia com as imagens de cultura de bactérias em placas Petri e imagens microscópicas, a partir daí o trabalho avançou para uma etapa em que o artista fez com que esse material em papel se transformasse em um material transparente e ficasse somente a pintura das cores, tendo sido as pinturas a partir desse processo, impressas em adesivo transparente e fixadas sobre placas de acrílico que remetem às placas Petri. 

 Assim se deu o processo da pintura que iniciou a exposição #02 Laboratório do projeto Artista Galeria - Projeção #02 Laboratório - Instituto Butantan – um ciclo de montar a exposição com o próprio corpo do artista, em que foram fixadas nove placas Petri de aquarelas na parte frontal de uma capa branca, na parte traseira foi inserido o texto expositivo, no braço direito, uma placa com a descrição da obra e no braço esquerdo as informações de contato. 

 Pintura e ciência fundidas em um projeto de arte transmídia que mescla tecnologia, arte urbana e contemporânea; usando manipulação digital para mostrar uma técnica inédita de pintura com aquarela aplicada por Pedro Mandarino. É arte e ciência em simbiose gerando um encontro com a visualidade que fez saltar aos olhos do artista uma imagem parecida com o vírus visto por um microscópio.

 

 Daí foi rápido chegar até o Instituto Butantan que cedeu o espaço. Ali naquele lugar que exala ciência estavam os próprios cientistas e tantos outros profissionais merecedores de reconhecimento; ampolas da ciência que viraram ampolas artísticas e deram forma a um objeto de arte, sugerindo as ampolas do Instituto, contendo bula e caixa de medicação, em tiragem de apenas 30 unidades que serão entregues, fisicamente, a nomes relevantes no combate à pandemia. 

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 Ana Lobo, crítica e curadora, fala sobre Pedro Mandarino que usa o próprio corpo para levar arte pelas ruas para as pessoas em uma caminhada artística.  

 

“O corpo do artista Pedro Mandarino se torna a galeria que representa seus próprios trabalhos. Encarregado de múltiplas funções, o artista é também o curador, o crítico e o marchand, porém, sem licitação no perímetro urbano, sendo um trabalhador informal, agindo como homem banda que carrega e toca todos os seus instrumentos, tendo como único meio, seu corpo”, explica Ana Lobo.

 

O próprio artista conta o que o inspirou a criar este videoarte transmídia.  

 

“Enquanto artista, o mínimo que posso fazer é homenagear esse coletivo de bem-estar que esteve e está na linha de frente da Covid-19. São tantas pessoas, cada uma com sua história, colocando suas próprias vidas em risco em prol de outros, isso é emocionante, é contagiante ver o trabalho de médicos, enfermeiros, garis, cientistas e tantos outros”, conta o artista.

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Com aproximadamente 3 minutos, a projeção transmídia de Pedro Mandarino permite que seu projeto Artista Galeria siga vivo e em movimento mesmo na pandemia, porém, chegando até as pessoas de forma online. 

 

“Estamos falando de um projeto artístico que se propõe a um diálogo, com imagens cedidas pelo próprio Butantan que de cara aceitou ceder o espaço para a projeção; um objeto artístico para orbitar todos que fazem trabalhos coletivos por um País mais justo”, revela Pedro Mandarino.

 

Uma análise crítica de peso com Isabel Portella e Bernardo Mangina - No dia 09 de setembro, 19h, o público poderá assistir a uma live pelas redes sociais com a participação do artista para contar sobre a ideia e o processo criativo, além de tirar dúvidas dos participantes, e quando também acontecerá um diálogo crítico com Isabel Portella e Bernardo Mangina.

 

Isabel Portella é museóloga e crítica de arte, doutora e mestre em história e crítica da arte pela Escola de Belas-Artes/UFRJ, especialista em história da arte e arquitetura do Brasil pela PUC-Rio. Já Bernardo Mangina é artista e curador. Mestre em Arte e Cultura Contemporânea pelo PPGARTES/UERJ e graduado em Comunicação Social – Publicidade pela ECO/UFRJ. É professor na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Foi assistente de ateliê de Orlando Mollica e, posteriormente, lecionou junto ao mestre.

 

A montagem do vídeo da projeção ficou a cargo da VJ Lê Pantoja, diretora e montadora de cinema, artista visual e uma das primeiras VJs do Brasil, tendo vários trabalhos expostos no País e internacionalmente.